Um casal, ao escolher a escola para suas filhas que iniciariam o ensino fundamental, optou por priorizar alguns critérios em sua decisão. Entre eles, a qualidade das relações interpessoais dos alunos entre si e destes com seus professores e a proximidade com a residência da família para poupar as crianças de um longo período no trânsito.
Depois de uma exaustiva procura, encontraram uma escola que satisfazia às suas demandas.Essa família constatou, no decorrer de alguns anos, que a escolha fora acertada: as crianças gostavam, na medida do possível, de frequentar a escola e aprendiam, os professores realizavam bem sua tarefa, o convívio no espaço escolar era salutar.
Tudo foi bem até que a escola passou a frequentar os primeiros lugares no ranking do Enem. Na visão dessa família, tudo mudou a partir de então, e a escola perdeu suas principais e melhores características porque trabalhava quase que exclusivamente para manter sua classificação no ranking: os alunos foram colocados sob constante pressão, os professores passaram a focar seu trabalho nos melhores alunos, a escola inchou. A última notícia que tive desses pais foi a de que estavam considerando a mudança de escola para suas filhas.
Outro casal fez um percurso totalmente diferente. Depois de estudar com dedicação o ranking de escolas, decidiu matricular o filho no ensino médio de uma das escolas que figuravam entre os primeiros lugares. Tentaram várias delas e se frustraram.
Não conseguiram vaga para o filho pelos mais diversos motivos: em uma, foram informados de que o filho não tinha perfil para lá estudar; em outra, que o filho não tivera boa formação básica; em uma terceira, que o filho até era bom estudante, mas que a competição era acirrada e que outros candidatos haviam se saído muito melhor. Esse casal guarda, até hoje, uma culpa: a de não ter conseguido oferecer ao filho uma boa escola segundo os parâmetros do ranking.
Para que serve mesmo esse ranking? O que ele revela? O que ele esconde? O que ele distorce?
Para considerar o tal ranking é preciso lembrar, em primeiro lugar, que o Enem é feito para avaliar o ALUNO, e não a escola que ele frequenta, e isso faz toda a diferença quando analisamos os resultados comparativos colocados em forma de classificação.
Um excelente resultado da escola pode ser indicativo, por exemplo, de uma instituição que não admite alunos medianos na relação com os estudos. E, caros pais, a maioria dos filhos são alunos medianos. Como a maioria de nós foi.
Em segundo lugar, é preciso lembrar também que a amostragem de alunos por escola que fazem o Enem não segue padrão nenhum. Isso significa, na prática, que a média de escolas com menos de 200 alunos é equiparada à de outras com mais de mil, por exemplo. Significa também que apenas bons alunos de algumas escolas podem prestar o exame e, desse modo, colocar a escola nos primeiros lugares. E devo dizer que, para algumas escolas, vale tudo -tudo mesmo- para alcançar os primeiros lugares e, desse modo, ter visibilidade e procura de alunos.
Conversei com um aluno que não prestou o Enem porque a escola que ele frequenta -fora de São Paulo- ofereceu um churrasco para alguns alunos no mesmo dia do exame e ele preferiu comparecer a esse evento, é claro. Que incrível coincidência, não é mesmo?
Em terceiro lugar, esse ranking provoca a falsa ideia nos pais de que a responsabilidade de oferecer uma boa educação escolar aos filhos é deles, ou seja: quem pode pagar altos valores de mensalidade, consegue vaga nas escolas colocadas nos primeiros lugares e reside nos bairros próximos a essas escolas, entre outros fatores, consegue oferecer boa formação escolar ao filho. Falso: a responsabilidade de dar educação escolar de qualidade às crianças e aos jovens é das escolas. De todas elas. Não é dos pais, de suas escolhas e de suas possibilidades na vida.
O ranking do Enem -aliás, de qualquer tipo- é um bom negócio para algumas poucas escolas e sempre será assim porque sempre teremos apenas 20 nos primeiros lugares, um bom negócio para a mídia, um bom negócio para o ensino privado. E, enquanto apostarmos no ensino privado e não cobrarmos um bom ensino público frequentado pela maioria de nossos estudantes, continuaremos a ter problemas em educação e, consequentemente, em outras áreas em curto e médio prazo.
O ranking não é bom para os alunos -muitos deles podem cursar seu ensino médio com sentimento de derrota antecipada-, não serve para a melhoria de qualidade da educação em nosso país, não é uma boa referência para os pais.
Por que insistimos tanto em usar o ranking, mesmo? Ah! Ficamos apegados à ideia de vencedores e campeões. Pena que isso não valha nada para a maioria que vive a vida como ela de fato é.
domingo, 27 de setembro de 2009
Para que serve mesmo esse ranking?
Enem 2009 será aplicado em mais de 10 mil escolas e 113 mil salas de prova
25/09/2009 - 19h17
Uol - São PauloProcure seu local de provaPara descobrir o local de exame, o inscrito tem à sua disposição três formas de pesquisa: informando o CPF; o número de acompanhamento ou preenchendo seus dados cadastrais (unidade da federação, nome, data de nascimento e nome da mãe). Em seguida, será possível visualizar e imprimir o local de aplicação do exame. Será possível consultar o endereço até o último dia da realização do exame, 4 de outubro.
Confira seu local de prova aqui
Faça o simulado online
Veja quais federais vão adotar o Enem 2009 no vestibular
Os participantes receberão o cartão de confirmação de inscrição pelos Correios.
O material contém o local onde será realizado o exame, o número de inscrição, a senha de acesso aos resultados individuais e a folha de leitura óptica para as respostas do questionário socioeconômico, e será entregue no endereço indicado no ato da inscrição.As escolas públicas e privadas de ensino médio receberão, ainda, a listagem com o nome e local de prova de todos os seus alunos concluintes.O inscrito que necessitar de ajuda para identificar o seu local de realização de prova poderá entrar em contato com o Programa Fala Brasil, pelo telefone 0800-616161.
Dia do Exame - O Enem 2009 será aplicado em 1.826 municípios brasileiros, nos dias 3 e 4 de outubro, da seguinte maneira:
3/10 (sábado): das 13h às 17h30 - prova 1: ciências da natureza e suas tecnologias; e ciências humanas e suas tecnologias.
4/10 (domingo): das 13h às 18h30 - prova 2: linguagens, códigos e suas tecnologias e redação; e matemática e suas tecnologias.
Os portões de acesso aos locais de prova serão abertos às 12h e fechados às 12h55, horário de Brasília (DF). As provas serão aplicadas às 13h, em todo o território nacional. Os locais de prova serão os mesmos nos dois dias.É recomendável que o inscrito compareça ao local de realização da prova com antecedência de uma hora. Será necessário apresentar original ou cópia devidamente autenticada de documento de identificação, cartão de confirmação de inscrição, folha de respostas do questionário socioeconômico, caneta esferográfica de tinta preta, lápis preto nº 2 e borracha macia.
Enem no vestibular - O inscrito no Enem terá ainda o direito de participar do vestibular unificado do MEC. Ele poderá optar por cinco cursos em instituições federais e, de acordo com o desempenho, simular a posição na graduação pretendida, em comparação com as notas dos demais concorrentes. Além de substituir o processo seletivo pela prova do MEC, as universidades federais puderam optar ainda por outras três formas de adesão ao Enem 2009. São elas: substituir apenas a primeira fase do vestibular; combinar a nota do Enem com a nota do vestibular tradicional (nesta modalidade, a universidade fica livre para decidir um percentual do Enem que será utilizado na média definitiva); usar o Enem como fase única apenas para as vagas ociosas da universidade.
terça-feira, 15 de setembro de 2009
As melhores universidades
Sem Usp e Unicamp, MEC aponta a Unifesp como a melhor entre as públicas
O MEC (Ministério da Educação) listou as melhores universidades do país de acordo com o seu novo indicador, o Índice Geral de Cursos da Instituição (IGC). A primeira colocada geral foi a Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e entre as faculdades particulares a PUC - Rio foi a vencedora.
O IGC foi criado para, em um só indicador, medir a qualidade dos cursos de graduação, mestrado e doutorado de uma universidade. Para a graduação, são utilizados os dados do CPC (Conceito Preliminar de Curso) como o Enade (Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes), corpo docente e programa pedagógico. Já os programas de pós-graduação são avaliados Capes (Coordenação de Aperfeiçoamento do Pessoal de Nível Superior), que acompanha anualmente o desempenho dos programas.
A Unifesp teve nota 439 (em uma escala de zero a 500). Há duas semanas, o reitor Ulysses Fagundes Neto e a cúpula da universidade renunciaram após denúncias de irregularidades nos gastos do reitor em viagens.
Instituições públicas estaduais não são obrigadas a participar da avaliação - USP e Unicamp ficaram de fora, da mesma maneira que não participam do Enade.
De acordo com o resultado, apenas 5,3% das instituições públicas e 0,7% das privadas alcançaram a nota máxima (5). A nota 4 foi atribuída a 30,2% das instituições públicas e 4,2% das privadas e, com a nota 3, ficaram 43,8% das públicas e 46,6% das privadas.
Veja as 10 melhores instituições do ranking abaixo:
Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP)
Fundação Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre (UFCSPA)
Fundação Universidade Federal de Viçosa (UFV)
Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)
Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)
Universidade Federal do Triângulo Mineiro (UFTM)
Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)
Universidade Federal de São Carlos (UFSCAR)
Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio)
Universidade Federal de Itajubá - UNIFEI