segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Milton Santos

"Opor à crença de que se é pequeno, diante da enormidade do processo globalitário, a certeza de que podemos produzir as idéias que permitem mudar o mundo"


quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Estágios Fundap - Programa Acessa Escola / 2° Semestre

Seleção Pública para estudantes de Ensino Médio
Regular das escolas da Secretaria de Educação de São Paulo
As inscrições devem ser feitas no site abaixo:


http://estagio.sp.gov.br/

O endereço do twitter : http://twitter.com/estagiosfundap

domingo, 29 de agosto de 2010

Vidas Secas e a paisagem do sertão


Trechos do livro Vidas Secas de Graciliano Ramos, em narrativa . Neles observamos o processo de aridez na caatinga, e a sua formação adaptada a região semi-árida, como o conhecido mandacaru ( cactáceas). A fauna, a flora, a caatinga, e principalmente a cachorra Baleia e os humanos sobrevivem sob o sol vermelho, o solo raso e assolado pela seca, tendo Fabiano como o retrato do homem que sofre e vive as tristes facetas da realidade nordestina e brasileira.


"Na planície avermelhada os juazeiros alargavam duas manchas verdes. Os infelizes tinham caminhado o dia inteiro, estavam cansados e famintos. Ordinariamente andavam pouco (...) Arrastaram-se para lá, devagar, sinhá Vitória com o filho mais novo escanchado no quarto e o baú de folha na cabeça, Fabiano Sombrio, cambaio, o aió a tiracolo, a cuia pendurada numa correia presa ao cinturão, a espingarda de pederneira no ombro.

A caatinga estendia-se, de um vermelho indeciso.

E Fabiano depôs no chão parte da carga, olhou o céu, as mãos em pala na testa. Arrastara-se até ali na incerteza de que aquilo fosse realmente mudança

Os mandacarus e os alastrados vestiam a campina, espinho, só espinho.

A manhã, sem pássaro, sem folhas e sem vento, progredia num silêncio de morte. Sinhá Vitória precisava falar. Se ficasse calada, seria como um pé de mandacaru, secando, morrendo."

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

McDonald´s e Axterix revolta os franceses

Fonte: O Globo/18/08/2010


Uma nova propaganda do McDonald's com o campeão gaulês Asterix comendo hambúrguer e batata frita causou indignação entre puristas do quadrinho francês, que consideraram o anúncio um insulto contra o patrimônio nacional.
O outdoor mostra o valente gaulês e seus amigos comemorando seu tradicional banquete na rede de fast-food - com o bardo Chatotorix, como sempre, amarrado a uma árvore ao lado de fora.
"Meu herói de infância sacrificado como um porco selvagem! O que vem depois? Tintin comendo no Subway?", escreveu um blogueiro com o apelido de "sirchmallow".
"Que irônico, o invencível gaulês fazendo propaganda para os invasores", disse outro comentário enfurecido no Twitter.
O anúncio é um de três criados pela agência de publicidade Euro RSCG para a campanha do McDonald's "Venha como você for",
Os outros usaram a Cinderela chegando ao "drive-thru" do McDonald's em uma abóbora, e o personagem com máscara de fantasma de "Pânico" comendo um Big Mac.
O McDonald's tem sido alvo frequente do sentimento anti-americano na França, e tem sido visto por muitos como símbolo da ameaça à cultura e culinária francesas imposta pela globalização e a junk food.
Em 1999, manifestantes contra a globalização liderados por José Bové destruíram um restaurante do McDonald's no sudoeste da França e despejaram o entulho do lado de fora da prefeitura da cidade.
Enquanto isso, Asterix, cujas corajosas aventuras lutando contra invasores romanos apareceram impressas pela primeira vez em 1959, é frequentemente visto como um símbolo do espírito rebelde francês.
Junto com seu companheiro Obelix, ele continua sendo um dos personagens de quadrinhos mais queridos da França. Seus livros já venderam cerca de 325 milhões de cópias pelo mundo.
Essa não é a primeira vez, no entanto, que o Asterix foi submetido às forças do capitalismo. Em 2001, o McDonald's o contratou para substituir Ronald McDonald em sua campanha de marketing, na época de lançamento do filme Asterix e Cleópatra.

segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Bertold Brecht

Perguntas de um Trabalhador que Lê

" Quem construiu a Tebas de sete portas?
Nos livros estão nomes de reis.
Arrastaram eles os blocos de pedra?
E a Babilônia várias vezes destruída
Quem a reconstruiu tanta vezes?
Em que casas Da Lima dourada moravam os construtores?
Para onde foram os pedreiros, na noite em que a Muralha da China ficou pronta?
A grande Roma está cheia de arcos do triunfo Quem os ergueu?
Sobre quem triumfaram os Cesares?
A decantada Bizancio tinha somente palácios para os seus habitantes?
Mesmo na lendária Atlântida
Os que se afogavam gritaram por seus escravos
Na noite em que o mar a tragou?
O jovem Alexandre conquistou a Índia. Sozinho?
César bateu os gauleses.
Não levava sequer um cozinheiro?
Filipe da Espanha chorou, quando sua Armada Naufragou.
Ninguém mais chorou?
Frederico II venceu a Guerra dos Sete Anos.
Quem venceu além dele?
Cada página uma vitoria. Quem cozinhava o banquete?
A cada dez anos um grande Homem. Quem pagava a conta?
Tantas histórias. Tantas questões."

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sexta-feira, 18 de junho de 2010

ENEM 2010

As inscrições ao Enem 2010 poderão ser feitas a partir da próxima segunda-feira, dia 21, até o dia 9 de julho. As inscrições serão feitas exclusivamente pela Internet e será exigido o número de CPF do participante.O CPF é um número único que cada cidadão brasileiro economicamente ativo deve possuir.
LEIA MAIS EM:
Inscrições estarão abertas na próxima segunda-feira

quarta-feira, 16 de junho de 2010

PATATIVA DO ASSARÉ


"Se ser político é reclamar das injustiças. Então, eu sou político."

"Há dor que mata a pessoa
Sem dó nem piedade.
Porém não há dor que doa
Como a dor de uma saudade."

"É melhor escrever errado a coisa certa do que escrever certo a coisa errada..."

segunda-feira, 5 de abril de 2010

O DEUS DA MINHA FÉ - Frei Betto

Não creio no deus dos magistrados
nem no deus dos generais
ou das orações patrióticas.
Não creio no deus dos hinos fúnebres
nem no deus das salas de audiência
ou dos prólogos das constituições
e dos epílogos dos discursos eloqüentes.
Não creio no deus da sorte dos ricos
nem no deus do medo dos opulentos
ou da alegria dos que roubam ao povo.
Não creio no deus da paz mentirosa
nem no deus da justiça impopular
ou das venerandas tradições nacionais.
Não creio no deus dos sermões vazios
nem no deus das saudações protocolares
ou dos matrimônios sem amor.
Não creio no deus construído
à imagem e semelhança dos poderosos,
nem no deus inventado para sedativo
das misérias e sofrimentos dos pobres.
Não creio no deus que dorme nas paredes
ou se esconde no cofre das igrejas.
Não creio no deus dos natais comerciais
nem no deus das propagandas coloridas.
Não creio nesse deus feito de mentiras
tão frágeis como o barro,
nem no deus da ordem estabelecida
sobre a desordem consentida.

O Deus da minha fé nasceu numa gruta.
Era judeu,
foi perseguido por um rei estrangeiro
e caminhava errante pela Palestina.
Fazia-se acompanhar por gente do povo,
dava pão aos que tinham fome,
luz, aos que viviam nas trevas,
liberdade, aos que jaziam acorrentados,
paz, aos que suplicavam por justiça.

O Deus da minha fé punha o homem acima da lei
e o amor no lugar das velhas tradições.
Ele não tinha uma pedra onde recostar a cabeça
e confundia-se entre os pobres.
Só conheceu os doutores, quando estes duvidaram de sua palavra.
Esteve com juizes, que procuravam condená-lo.
Foi visto entre a polícia, preso.
Pisou o palácio do governador para ser chicoteado.
O Deus da minha fé trazia uma coroa de espinhos.
Vestia uma túnica toda tecida de sangue.
Dispôs de batedores que lhe abriram o caminho do Calvário,
onde morreu entre ladrões na cruz.


O Deus da minha fé
não é outro senão
o filho de Maria,
Jesus de Nazaré.

Todos os dias ele morre
crucificado pelo nosso egoísmo.
Todos os dias ele Ressuscita
pela força do nosso Amor.